domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ligação Inesperada

"Pode parecer meio idiota, mas ainda tenho uma esperança,
mesmo que pequena de que aquela pessoa especial apareça"
Fabiana Vieira


Peguei e me sentei aqui na cama tentando escrever algo, meu caderno já está com só uma folha pra se colocar algo em cima das linhas. Sabe, odeio quando o dia está um tédio de domingo (conseqüentemente hoje é domingo). Já fiz inúmeras coisas como limpar o quarto, arrumar o guarda roupa, ler mais um capítulo dos milhões de livros que leio ao mesmo tempo, fui a piscina pra ver se o calor passava, vi alguns amigos, escrevi algo e depois apaguei, ouvi musicas preferidas e mesmo assim com tantas coisas já feitas, o tédio insisti em bater na minha porta sem se tocar de que não quero ele hoje e dia nenhum. De repente, o telefone toca, não identifico o número, hesitei em atender, mas no fim atendi. Não esperava a voz que vinha da outra linha. Aquela voz alegre, vibrante e ao mesmo tempo diferente, mudou o que eu estava prestes a escrever. De certo modo ando mesmo um pouco fria, mantendo uma distância digamos defensiva de relacionamentos. A voz me faz querer pensar com o coração e a alma novamente, mas a barreira é tão forte que vira uma confusão aqui dentro sem saber pra que lado seguir, direção ouvir e então ir em frente com uma certeza. Vou vivendo assim, um dia isto tudo consegue um caminho único e me surpreende com o quanto á vida pode ser muito melhor do que penso naquilo que chamamos de amor.
Imagino eu e você de mãos dadas, escapadas por ai, cinema à noite, jantar a luz de velas, visitas inesperadas, surpresas boas, flores e rosas, presentes e coisas românticas. Teu sorriso me inspira poesia. Eu gosto de você. Você me da saudade. Saudade do tempo em que eu era uma boba apaixonada por tudo, vivendo com mais intensidade que agora e sem me preocupar, pois eu sentia segurança de mim e das pessoas ao meu redor que me colocavam como primeiro plano sempre, onde hoje isto não acontece. Perdi isso ao longo do tempo, acho que ate esqueci-me de como eu era e misturei o antigo com o que queriam que eu fosse e também com o medo que adquiri. Uma boa notícia é que o pânico não me visita a um bom tempo com aquela intensidade de antes. Pode ser que seja um bom sinal de que coisas boas estão pra acontecer novamente e me surpreender pra valer. Cada escolha é algo que procuro fazer com responsabilidade, pois além de pensar em mim mesma, penso no dano que causará as outras pessoas envolvidas. Vivo sempre meio assim. Pode me chamar de tola mais ainda acredito que é melhor fazer o que é certo pra você pensando no que pode acontecer, trazendo uma consciência mais tranqüila para que não haja arrependimentos futuros. Talvez seja este meu problema, tentar ser melhor para mim e ao mesmo tempo agradar as pessoas que me importo e amo.

Fabiana Vieira
Ao Som: Tiê – Quinto Andar