quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Anoitecer

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."
Mario Quintana



Gosto do barulho da chuva
Do silêncio da noite
Da lua encoberta pela nuvem
Dos sons que se ouvem
Quando chega a madrugada
Funciono melhor assim
Quando tudo se escurece
E a melancolia aparece
Pra deixar acontecer
Com a chuva a correr pelas ruas
O que de dia não se vê

Fabby
Ao Som: Leela - Romance Fugitivo

domingo, 16 de janeiro de 2011

Confusão

Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só.
Caio F. Abreu



Há uma Infinidade de palavras 
se perdendo entre os meus pensamentos,
frustradas por não conseguirem,
nesse instante, descreverem o que penso.

Meus pensamentos me perturbam a toda hora...
Hora são perguntas simples com respostas complexas,
hora são respostas tão simples para perguntas complexas,
hora é uma pergunta em busca de várias respostas,
hora são apenas respostas procurando uma pergunta...
Tem horas que me pergunto,o que tenho é uma pergunta ou uma reposta?


Dona Geo - http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12365562740699944014

Ao Som: Eliza Doolittle - Pack Up

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vida, Muda Logo vaiii...

"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada"
Clarice Lispector


Hoje me peguei em uma tristeza profunda, o dia colaborou com seu ar chuvoso, nublado e meio frio. Sai e não tive paciência alguma para fazer outra coisa a não ser andar depressa com vontade de voltar pra casa o mais rápido possível, mas me segurei e continuei andando, fazendo o que eu tinha pra fazer. O motivo da tristeza? Não sei! Definitivamente não sei! Talvez eu esteja me preocupando demais ou esteja mesmo cansada demais com os motivos de sempre dessa vida: um trabalho novo, família, faculdade, eu mesma, amizades, amor e passado. Tenho mania de depositar uma confiança enorme e acreditar demais nas pessoas. E dai quando você faz tudo pra que algo dê certo e não dá, justamente por que outras pessoas não são dotadas de sinceridade, verdade e coragem como deveriam, você se decepciona e fica assim, oscilando de humor e compreensão a todo momento, não que você esteja criando uma bipolaridade, mas sim uma forma de querer se livrar do que sente e incomoda, arde e chora por dentro. Como já dizia Shakespeare "Não importa o quanto você se importe, muitas pessoas simplesmente não se importam."  Não adiantaria falar, mostrar e indiretas nem pensar. Tudo ficaria no mesmo lugar, simplesmente por isso, pelo não se importar e eu vejo isso acontecer todos os dias com uma intensidade avassaladora.
O que leva a esta tristeza, normalmente é isto. Atos impulsivos de pessoas que não sabem amar ou se importar com as outras.
Aproveitando este post e o assunto que cheguei nele, estive observando e analisando as pessoas como sempre e vi que tudo para a maioria delas, é um jogo de interesses e egoismo extremo. Não sabem lidar com seus próprios sentimentos, rotinas e tudo o mais do dia-a-dia e da vivência, se importando muito maiss com coisas materiais, trabalho, jogos, dinheiro, ilusões, mentiras do que com a pessoa que gosta ou ama ou reparando e reconhecendo o que fazem um pelo outro, perdendo assim talvez a unica oportunidade que tinham de fazer algo a mais, encontrar uma felicidade escondida que muitos procuram e nunca encontram e que ela bateu a porta e cego de outros assuntos não mais importantes, não a enxergou e deixou passar sabendo se lá quando vai voltar e se voltar. Abrir os olhos para as coisas que realmente fazem sentido na sua vida é difícil, se perder delas é a coisa mais fácil do mundo, basta esquecer e este esquecimento poderá ser um arrependimento pra vida inteira dentro do seu coração, poderá te corroer no decorrer do tempo. Um bom exemplo disto é o filme Click. Recomendo.

Fabby

 Ao Som: Taylor Swift - Fearless

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desequilíbrio

"Abro o jogo! Só não conto os fatos de minha vida toda: Sou secreta por natureza. Há verdades que nem a Deus eu contei. E nem a mim mesma. Sou um segredo fechado a sete chaves. Por favor me poupem".
Clarice Lispector


Difícil. Umas explosões, um caos e gritos altos e agudos, portas que batem, se fecham e só mais tarde voltam a se abrir, dando espaço aos passos pequenos e leves de arrependimento e culpa. Pela manhã, podia me classificar mal-humorada; acordada às avessas, e sem meu livre arbítrio, perdido entre o barulho das crianças, e a televisão no último volume. Uma hora de sol e um banho mais tarde, estava eu serena. Calma e cordata como uma ovelinha filhote, desconhecendo que ficaria careca no verão e serviria de alimento humano, mais tarde. É o caos a ordem da natureza humana, saibam. Continuei com minha tranquilidade estranha à tarde e agora pela noite, me invade um sentimento literário, uma vontade de ser gritada e ouvida, e de falar tudo que penso, o que em vêm à cabeça, e as angústias, a vida, essa confusão em paralelo.
Se essa semana me pede silêncio e compreensão, me resta desabar em palavras, letras, pontuações e alugar os ouvidos da minha querida mãe, que sempre tem uma observação analítica capaz de me fazer pensar o resto do dia. Como quem sai de um consultório de um analista, e ele sempre povoa pensamentos distintos ou minhocas em multiplicação na mente humana. A coitada só não se especializou nessa área por falta de estudo, porque capacidade, não posso negar que não exista. Com a cidade vazia, tenho poucas opções para compartilhar esse meu desatino, ou quaisquer opiniões. Tento me verter nos livros, que já releio pela terceira ou quarta vez ou em novas frases, que procuro virtualmente dos meus leitores mais desconcertantes.
E não me fazem mudar de idéia. Quase ninguém. Pensei por tais horas, no que li de Tati Bernardi, e que ela mesma deve ter retirado de algum desses livros de auto-ajuda, que diz genericamente, que quem deixa saudade nos pensamentos e coração masculinos, são as mulheres equilibradas. Discordo. Não para benefício próprio, e assim, tentar me iludir de que os caras adoram essa dualidade e o meu instinto impulsivo e bipolar. Longe disso. É só que, eu vejo muito mais do que só essa frase.
É só que comigo, acontece justamente o oposto. Meus melhores relacionamentos, ou até momentos, não foram cheios de palavras nas horas certas, e movimentos corretos, tudo como o esperado. Até acho que, nenhum relacionamento meu, que começou dessa maneira, decolou. Mesmo que eu tenha uma relevante inclinação para o louco, e homens e mulheres sejam opostos. Como gostar daquela que fazia tudo certinho, meio-termo, se deixando levar e respondendo como o imaginado? A maioria da raça máscula gosta de surpresas fora de hora, alguns sentimentalismos e daquelas que não deixam pra trás seus valores e princípios. Nada mais apaixonante do que uma criatura que faz tudo ao contrário, mas com força, determinação e sentimentos. De fria, já basta a água no inverno e a comida requentada. Existe, se envolver com alguém que faz tudo quando convém, que não dá uma enlouquecida vez em quando, ou não aumenta a voz, quando o assunto em questão é de seu interesse, e opinião?
Homens assim, ainda guardam o machismo de épocas atrás, onde a mulher vivia submersa na submissão, e seu habitat se bastava à casa, quintal, cozinha e área de serviço. Não condiz com a liberdade que hoje existe, e a maioria das famílias exerce. Hoje, o amor está naquilo que não conseguimos decifrar. No que nos é incodificável, não traduzido. Atitudes incertas, frases sem sentido, olhares fugazes, e pouca lucidez. Porque, de boas pessoas, honestas e não fumantes, o planeta tem aos montes. E quantas e quantas dessas, solitárias. O que apaixona não é o certo, mas o incerto. Aquilo que não corresponde, e estraga. Que não se define, mas se vicia. Mesmo que canse, em suma, com o tempo todos se adaptam ás mais doidas manias e complexidades.


Camila Paier - http://calmila.blogspot.com/

Ao Som:  Catherine Feeny - Mr. Blue

Mulher Pra Casar

"Ela tem aquele gosto doce de menina romântica 
e aquele gosto ácido de mulher moderna." 
Caio F. Abreu


Ta aí. Entendi, eu acho. Depois de uma pilha de relacionamentos frustrados, e mais uma fila, de gente arrependida, eu não sou categorizada como mulher pra namorar. E não, não fico triste. Até abro um sorriso. Não sou mulher pra namorar. E o maior problema nisso tudo: sou mulher pra casar!
É isso mesmo. Todos querem me congelar. Pensam em me guardar num potinho; quem sabe pra daqui uns anos, ou algum dia, quando a tão falada estabilidade financeira chegar. Depois que dou as costas, acabam se tocando que como eu, mais nenhuma. Poucas, quem sabe. E vão penar até encontrar.
Existe uma diferença, mesmo que sutil, entre mulheres namoráveis e musas pra uma vida inteira. E as declarações póstumo-amorosas que escuto dos coitados que não aproveitaram a chance maravilhosa que era me ter ao lado, e não souberam aproveitar, reforçam ainda mais o coro. Ficam no pé por dias. Alguns, estão implorando à meses. Pode demorar, mas voltam. Sempre, sempre. Isso, se você for menina de véu e grinalda, que se sonha em deitar sob a grama e olhar as estrelas. Se não, desculpa, mas você fica na categoria de temporárias. Uma pena.
Mulher pra casar é aquela que sai com os pés firmes, e sabe o caminho de volta. Consegue adequar sua vida, com ou sem um cara. A sonhadora de tempo-curto, coloca outro, ou até mesmo, no plural, no lugar. E ainda assim, não é feliz, se embola ainda mais em encontros mornos, amores requentados e chances boas desaproveitadas. A futura casada chora tudo que tem pra chorar num dia, ou no máximo dois. Fala o que tem a dizer, e escuta de pé o que não precisaria ouvir. E ainda assim, mantém a sua integridade, e caminha sorrindo, sabendo que a vida pode lhe reservar surpresas mil, quem sabe na próxima porta. Ou janela. A apenas-namorável não diz o que pensa, muito menos o que sente. E continua a procurar o mal-feitor, aquele que já está em outra, e nem aí. Fingindo ser superior, e não notando, o quão ridícula pode soar, com todo o seu teatro. Realmente, uma comédia. Casável, e sua vida própria; namoradinha, e largo tudo pra te ver. Agorinha. Na mão, quando quer. Uma desvalorização que beira ser pior que a Bolsa de Valores.
Mulher pra casar mantém intactas as suas prioridades, e mais: seus gostos. Não é porque o rapaz curte um pagode, que ela larga o seu bom e velho rock de lado. Continua pintando as unhas de cores experimentais. Não afoga seu estilo moderno, porque ele é conservador. Faz mais do que isso: consegue a façanha de o fazer amar tudo isso. Ela encanta. E o deixa também encantado. Sabe se adequar às diferenças, e que além de tudo, dão cor aos (bons) relacionamentos. Ele não se sente preso. E sim, quer prender essa criatura encantadora a qualquer custo. Não pode, e nem quer, deixar pra mais ninguém. Pena que, se dêem conta disso somente depois de algumas pisadas na bola; e a guria já longe, alheia. Distante. A menina para namorar, não. Finge gostar do que detesta, e vai além com seu script: gosta de tudo o que o cara gosta. Tudinho. Pra estar grudada, enclausurada, unida nele. E não percebe, que se mantém cada vez mais longe, é do coração que queria atingir. Qualquer coisa está boa. E é assim que ele a vê: qualquer coisinha. Aperitivo.
Mulher pra casar, e seu jeito único. Garota de namoro, e a atitude que tantas tiveram. Seu tempo, ruindo com o vento. Ampulheta baixando, e tic-tac: hora de dar tchau, sábios Teletubies.
Quase-noiva e amor com sexo; namorada, e sexo sem amor. Tesão, apenas. Válvula de escape. Mulher pra casar, e nenhuma preocupação em agradar; menina da vez, e apenas porque era o momento DELE de dar um tempo das festas, e parar. E surpresa: você estava ali, sem nada melhor. Ele também, acredite. Casável, e sua marca registrada. Eterna. Namorável, e uma a mais na lista. Temporária. Aquela que se sonha em ver rodeada de filhos, e pilotando um fogão, e não tem nenhuma vontade disso. E sim desejo de viajar, construir carreira, e pular de para-quedas. Essa, pra one night stand, e vê-la nua. Quem sabe, por mais alguns dias. E ela que abandone os planos pra essa noite, pra quando o boy quiser. Um grande diferencial: uma tem metas, sonhos e delírios, além de um homem. A outra, deixa tudo de lado, por uma pessoa de carne e osso, como ela. Vida própria, não existe. E amor próprio, menos ainda. Amigas, adeus. Colégio, de mal a pior. E o que ela ganha, é apenas estabilidade (com tempo marcado) e segurança. Uns chifres na cabeça, que a sociedade é ainda muito machista e hipócrita. Tradução: tédio e enganação.
Os homens escolhem quem vão namorar, mas na maioria das vezes, não tem o mesmo poder sob quem os faz comprar uma aliança para dois. O coração, e a vontade de ter ao lado deles alguém livre, independente e equilibrada, somada ao amor por uma criatura singular e diferente, é o que dá liga. É o que embarca os sonhos. Fazer outra pessoa ter vontade, e não, ser pego pela barriga ou pelas circustâncias (leia-se: gravidez ou comida, tudo aqui vale). Depois da centésima decepção, e a volta de mais um ex-qualquer-coisa, é o que concluo. Acreditem: tenho mais de quatro no pé, ou melhor, nas mãos. E tão fugaz e excêntrica, não quero nenhum deles. O timer já tocou faz tempo, i'm sorry. É isso, entendi sim. 

Camila Paier - http://calmila.blogspot.com/

Ao Som: Your Song - Moulin Rouge Soundtrack

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pessoa Substituta

"Quer ser uma pessoa grande?
Então tenha coragem de fracassar, espetacularmente dê a volta por cima.
Faça as pessoas perguntarem porque você ainda está sorrindo.”

“Você tem 5 minutos para se entregar a tristeza profunda.
Curta-a, abrace-a, descarte-a…prossiga.

“A tristeza é mais fácil porque é resignação.
Arranje tempo para dançar sozinho com uma mão para cima.


"Ser como nós, a pressão é menor"
Filme Tudo Acontece em Elizabethtown


Essa tarde de domingo entediante e com uma gripe, resfriado ou sei lá que me pegou, resolvi assistir um dos meus filmes favoritos, Tudo Acontece em Elizabethtown. Depois que desliguei o programa de reprodução de video, onde assistia ao filme no notebook, me veio o grande pensamento de que pra alguns eu sou uma pessoa substituta com a seguinte frase de Claire no filme: "Eu sou impossivel de esqueçer, mas difícil de ser lembrada". Uma pessoa substituta pra quem não compreendeu ainda é ser sempre a segunda (às vezes terceira, quarta, etc) opção na vida de alguém.  É ser lembrada quando todos os outros planos deram errado e depois abandonada quando uma oportunidade melhor surge.Você assistindo ao filme vai perceber que uma pessoa faz a outra de substituta, passando de passado a step as vezes, pelo simples fato de não saber lidar com as suas emoções e rotina de uma maneira centrada, que é o caso de Drew na história. As vezes pessoas substitutas fazem uma grande diferença na vida de outras pessoas as ajudando. Por exemplo, pessoas que preenchem lacunas na vida de outras pessoas, que preparam esta pessoa para a chegada de alguém, algo desconhecido, apoiam durante a ausência de alguém, ou ainda ajudam alguém a atravessar uma fase. Por que isso acontece?  Danielle Steel, uma famosa escritora de romances, disse uma vez: “Na verdade, o amor é contundente. Às vezes é doloroso e devastador. Não há nada pior. Ou melhor. Os altos e baixos são insuportáveis. Por outro lado, a ausência deles é mais ainda.”. Acho que isso resume um pouco a situação. Mesmo que venhamos a sofrer com tudo isso, não podemos viver sem pelo menos um mísero segundo de felicidade vindo do amor de alguém.
As pessoas substitutas são conhecidas por: se sentirem confortáveis com a solidão, serem conselheiras, ser o porto seguro de outras pessoas, estarem rodeadas de melhores amigos mas nunca são a primeira opção na vida deles, ser impossível de esquecer...mas difícil de ser lembrada, não conseguir passar muito tempo dentro de um relacionamento e tem pequenos relacionamentos com muita intensidade no começo que se apagam como uma vela ao vento. Bom, posso me enquadrar em vários destes, as vezes gosto de ser substituta, ajudar é o que sempre gostei. Mas me sinto invisível pra algumas pessoas ao meu redor. Penso em quando vou ser a prioridade, a número 1 sempre pra alguém. Acostumei a ser asssim, diferente. Substituta. Tentar mudar pra ser convêncional está fora dos meus planos. Viveria uma vida adaptada assim como quando pegam um livro e o adaptam ao cinema, é legal, fica bom, mas quem conhece o livro sabe que o filme nunca é tão bom assim, falta detalhes, falta vida. É o que falta pra mim, um diferencial, o começo meio e fim, onde eu seja a protagonista e não a coadjuvante de sempre. Tento mudar a história, realizando novos planos, novas metas, falei umas verdades pra alguns amigos falsos, para aquele cara que não saia de cima do muro, onde é como arrumar o guada-roupa. Inicialmente ele vai estar lotado de coisas desarrumadas. Vai gastar um baita tempo para tirar tudo de dentro dele, e mais tempo ainda para ver o que serve e o que não serve. Muitas coisas você vai acabar jogando fora com o coração partido, porque apesar de você gostar e achar que ficam bem em você, já não servem mais. Entretando, pode acabar encontrando algumas surpresas, como roupas que você adorava, mas esqueceu que tinha, ou até mesmo algumas que servem e inexplicavelmente ficaram ótimas em você, mesmo que tempos antes a sua opinião fosse diferente. Após dobrar tudo e guardar com cuidado, você olha para o guarda-roupa. Ele estrá quase vazio, e a sensação de que algo está faltando vai ser grande, mas a consciência de que nele só tem o que você precisa pode ser um pouco tranquilizador. Por enquanto ele está vazio, mas pode voltar a ficar cheio com novas roupas, que esperamos que sirvam e fiquem organizadas, mas sempre fico com a sensação de que preciso de algo a mais, algo que desconheço.

Fabby

Ao Som: Oasis - Stop Crying Your Heart Out

sábado, 8 de janeiro de 2011

Drama de Hoje

"Não demonstrar não significa não sentir, mas demonstrar é a unica 
forma de cultivar sentimentos e mostrar que são verdadeiros."
Fabiana Vieira


 Estive pensando sobre as pessoas que conheci, não conheci, as que nem fiz questão de conhecer e as que sinceramente são insubstituíveis e primordiais na minha vida. É certo como já dizia o poeta que cada um que passa em nossas vidas deixa um pouco de si dentro de nós, mas eu fico pensando sobre as pessoas que não se importam em fazer a diferença no mundo e na vida de outro ser humano. Recentemente em uma conversa com meu melhor amigo, tratavamos deste assunto em conjunto. Como existe pessoas que conseguem ser tão horríveis com as outras a ponto de acabar com a vida de outra por simplesmente NADA, acontecendo na maioria das vezes, dentro de famílias, onde deveria haver muito mais compreensão e clareza de ações. Infelizmente são as "novelas da vida real", supostamente pelos mesmos motivos que estamos cientes: traições, falsidades, mentiras, inveja, ciúmes, apego a bens materiais, ganância, falta de solidariedade, e demais picaretagens que existem por ai aos montes, que sempre aparecem novidades. É só assistir os jornais, rs.
Enfim, se você está em uma dessas, ainda da tempo de você concertar o que fez e se dar conta de que a vida não é isso não. Que quando você perceber, a sua vida já passou e você ficou ai de babaquice por pouca coisa a vida toda e que não vai dar mais pra dizer um simples "Me Desculpe" - "Me Perdoe" e recuperar o tempo perdido com a pessoa que você vacilo.
Por tanto, sejam melhores do que podem ser, sempre!
Eu tento, vocês com certeza podem também!

Fabby

Ao Som: Nenhum de Nós - Amanhã ou Depois

Contos de Fadas para Mulheres do Século 21

“Nós vivemos dentro de um grande conto de fadas, 
do qual ninguém faz realmente ideia”.
A garota das laranjas, p. 110 - Jostein Gaarder 


1º Conto
Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz: Você quer casar comigo?
Ele respondeu: Não!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.

2º Conto
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei- me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: Nem fo...den...do!

Luís Fernando Veríssimo

Ao Som: Ludov - O Que Eu Procurava

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Não trato como prioridade quem me trata como opção ..pessoas especiais tem atitudes especiais!"
Andresa Martins Vicentini


Homens sem atitude. Ligações no meio da madrugada. Vulgaridade ao invés de leveza. Ataques de ciúme sem razão. Terminar um relacionamento por celular/internet. Falta de cavalheirismo. Preconceito racial. Dar em cima da sua melhor amiga. Mania de limpeza, ou pior: de grandeza. Indecisão. Coçar o saco sem o menor constrangimento. Abraço suado. Não olhar nos olhos. Bancar o cachorrinho apaixonado. Cantadas totalmente bizarras. Beijar mal. Seriedade demais. Indiretas incompreendidas. Perfume forte logo de manhã. Indiferença. Monólogos de reclamação. Escassez de higiene. Deixar que interfiram na sua vida. Gente intrometida. Humanos da ala masculina que fazem as unhas. Se fazer de bêbado. Fazer uso de anabolizantes. Correntões de ouro, ou de prata. Acessórios femininos, quando você é macho. Cueca furada/rasgada/sem elástico/descolorida. Depilar os pelos com gilete (se for da perna, pior ainda). Fazer a sobrancelha. Cabelos no estilo pica-pau (vide: moicano com gel). Amiga interesseira. Plágio na cara dura. Pessoas efusivas. Falsidade, inveja e uruca. Gente recalcada. Falta de cultura e conhecimento. Carnaval fora do Rio de Janeiro. Futilidade. Pessoal mal-educado. Ignorância. Pobreza de espírito. Hora para voltar. Rotina. Mau hálito. Palpite em hora errada. Falar da vida alheia, e não cuidar da sua. Homem banana. Carros "tunados". Som no volume máximo, quando não é o seu. Calor, e nenhum ar condicionado. Frio, e não ter companhia. Cabelos com creme Kolene. Falta de assunto. Pressão, em qualquer sentido. Chiclete sem gosto.
Preto com azul marinho não dá. Jeans com jeans, apenas sob muito cuidado.Calça sureca, camisas regatas, sunga e bermuda pescador: homens, queimem! Estampa sob estampa. Cós baixo, e cofrinho de fora; cós alto, e gordura abdominal: não combinam. Combinar sapato com bolsa já era, é antiquado. Calcinha bege. Banalização do verbo "amar". Perder quem se gosta por orgulho. Arrependimento muito tempo depois. Tentar requentar relacionamentos. Acessórios em excesso. Domingo à noite. Pessoas inconvenientes. Gente grudenta. Não quer, mas também não sai de cima. Unhas decoradas. Glamour decadente. Erros grotescos de português. Brigar na balada. Pochete. Esperar em fila. Trânsito caótico. Palitar os dentes. Breguice incurável. Verde e amarelo da cabeça aos pés. Cusparadas em campo. Dormir chorando. Dia de chuva, e você como pinto molhado. Comida sem sal. Conselhos clichês. Colegas retardados. Negrito, itálico, e letras coloridas. Rancor e apego ao passado. Síndrome de esquilo. Piriguetes vazadas. Ansiedade e mãos suadas. Taxista tagarela. Bigodinho de carroceiro. Lobos em pele de cordeiros. Falsos moralistas. Perguntas nerds no final da aula. Casamentos por interesse. Preço dos alimentos subir, e a fome no país apenas aumentar. Olhares indecentes. Falar cuspindo. Homens lindos, e burros. Enfim, infle o peito e se não puder dizer, pense alto: UÓ!

Camila Paier -  http://calmila.blogspot.com/

Ao Som: Skank - Balada Pra João e Joana

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pés Cansados

"É como se eu fosse um livro onde você vê a capa, o verso e consegue ate espiar por dentro, mas o cadeado enorme não deixa abrir e ler as páginas.
E a chave, bem...nem sinal dela."
Fabiana Vieira


Hoje parei pra pensar e rever meus conceitos e planos atuais. E caramba! Realmente eu sou um poço de complicação e mudanças constantes. Já pensei em fazer Psicologia e em seguir tantas coisas e depois desisti e busquei outras que fizeram toda a diferença.  É aquela coisa de AMEI, ADOREI, GOSTEI e ENJUEI de tantas coisas de uns tempos pra cá e isso só se agravou. A começar pelos meus sentimentos, onde meu coração que era puro sonho, beleza e confiaça se tornou blindado com tudo isto dentro, a diferença é q ninguém entra e ninguém sai.
Poucas pessoas me encantam, chamam a minha atenção, confio de olhos fechados e sinto vontade de fazer amizade. Se me permito alguns beijos sem compromisso, sempre me arrependo depois. Eu gosto
de namorar. e nasci pra coisas sérias, amar ser amado, por uma pessoa e nada mais, sem traições, mentiras e falsidades. 
Eu não consigo mentir, eu não consigo fingir quando as coisas não vão bem e não dizer o que realmente sinto, eu só sei ser assim clara como luz mas cheia de medos (apesar de ser bem valente em enfrentá-los). Mas um, continua a me deixar sem forças pra reagir contra: o medo de amar, de confiar novamente nesta palavra. 
Nunca é tarde pra tentar, eu sei. Estou cansada de ouvir que devo ir em frente e enfrentar e que quando o medo vier a todo vapor, estender o escudo e a espada e manda-lo pra longe, como sempre fiz.
Mas não é simples quando você pendura suas chuteiras e cansa, cansa mesmo de fazer tudo e nada mudar, só continuar a mesma coisa.
Sorry! Eu não combino com duas vidas mesmo. Devo ser uma frigideira ou qualquer outra coisa sem sua tampa ou metade da laranja que dizem por ai.
Eu estou seguindo em frente, mas não como antes ou como eu deveria, apenas estou seguindo, sem me machucar, sem me estressar. Eu não acredito mais em quase nada, em quase ninguém. Só não deixei de acreditar em mim ainda.
Um dia isso muda, e encontro alguém que me arranque os cadeados do blindado numa velocidade arrebatadora, onde eu não tenha nem forças e muito menos vontade de impedir. Que faça simplesmente a diferença, descubra o que gosto só de pesquisar sobre mim e fazer tudo pra me agradar e estar perto. Que roube meu coração, enfim.

Fabby Vieira

Ao Som: Sandy - Pés Cansados 

Eu Não Sou Simples, Nunca Fui!

"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."
Caio Fernando Abreu


E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. Ela não sabia amar, talvez. Então mais um amor havia ido embora, mais um amor havia chegado ao fim. Nessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê-la sempre cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse. Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. A maquiagem borrada em volta dos olhos tinha sido limpa na noite anterior. Quando Antônio e ela se encontraram; ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final sua última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado. Antônio não parecia prestes a dizer nada. Gabriela não diria; se pudesse escolher, teria ficado calada, mas lhe escapou: “Meu coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Seu amor, comparado ao meu, é pouco. Muito pouco. Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.”

Caio Fernando Abreu

Ao Som: Lily Allen - The Fear

sábado, 1 de janeiro de 2011

Cativar, Criar Laços!


"Os olhos são cegos, é preciso ver com o coração."
O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupery
 
 Andando, o principezinho encontrou um jardim cheio de rosas.
Contemplou-as...eram todas iguais a sua flor. E deitado na relva, ele chorou...E foi então que apareceu a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativara ainda.
- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida. Significa criar laços...Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Eu não tenho necessidade de ti e tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, teremos necessidade um do outro. Serás para mim, único no mundo. E eu serei para ti, única no mundo. Minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. O teu passo me chamará para fora da toca, como se fosse música. A gente só conhece bem as coisas que cativou.
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal- entendidos. Cada dia te sentarás mais perto...Se tu vens por exemplo, às quatro da tarde, desde às três, eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:- Ah! Eu vou chorar...a gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar. E acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo. É simples, o segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar...
" Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e nunca encontram o que procuram...E no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração..." 
 
Antoine de Saint-Exupéry
 
Ao Som: Jason Walker - Down